terça-feira, 5 de maio de 2015

Eu estou bem... sqn



Não ando me sentindo muito bem esses dias.. e queria dividir com quem passa pela mesma coisa que eu.. todos os dias.. em todos os pensamentos.

Meus amigos do dia a dia, estão sempre acostumados me vendo sorrindo, pensando positivo, cuidando deles, cuidando de mim com um sorriso no rosto. Eu, sem perceber, faço as coisas parecerem simples e normais.. nas minhas atitudes e principalmente na minha maneira de expor a DM, mas de algum tempo prá cá, está cada vez mais difícil conviver comigo mesmo.. 


Sei de minha responsabilidade com a vida, comigo mesmo e luto todos os segundos por um mundo melhor pra mim e para todos.. mas hoje, sinto que está tão longe.. como se estivesse realmente pesado o fardo.. isso não significa que quero parar ou desistir, JAMAIS.. só está pesado.. e não sei dividi-lo com outros.. 


Não tenho me sentindo com ânimo, com vontade de estar com outras pessoas, acabo por me isolar de tudo.. Tenho vontade de falar tudo sem parar, "vomitar" minhas sensações e desejos frustados, mas sem ser julgada.. e não consigo. 


É tão difícil pra gente acordar, sair e trabalhar, pensando que não podemos esquecer nenhuma medicação.. que temos que ter cuidado com a imunidade.. que temos que estar 100% com o emocional pra não cair.. Fora ficar no hospital nos enchendo de drogas para termos mais saúde e mais esperança.


Ao mesmo tempo, me cobro tanto por sentir essa "insatisfação" da vida.. 

Poxa.. eu tenho tanto.. oportunidade de me tratar com uma das melhores equipes do Brasil.. acesso a medicações, enfermeiros atenciosos, família acolhedora, amigos de verdade.. não posso reclamar.. mas mesmo assim, essa sensação vazia me atropela.. e hoje, eu não sei o que fazer pra mudar isso..

Peço que os ventos me ajudem a ver tudo colorido de novo.... porque o dia anda cinza de uns tempos pra cá..


(Esse foi um texto que publiquei há um tempo atrás em um grupo de polimiosite e dermatomiosite e de certa forma, um grupo de ajuda que participo, muitos dos amigos de lá tem essas sensações.. não sabemos explicar se é químico, emocional ou tudo junto misturado.. mas conhecemos exatamente a dor do outro.. medos, dificuldades, confusões, alegrias simples e tristezas complexas.. Infelizmente não é qualquer pessoa que pode entender, e não é um julgamento, é uma realidade de quem tem alguma doença crônica. Não conseguimos conversar com as pessoas "comuns" porque nem sabemos o que dizer, explicar ou descrever. sentimos.. e isso já dói demais.. mas também nos reerguemos, seja na fé, na luta, na rotina do dia a dia.. que nos traz de volta a realidade normal.  

Temos força, temos coragem.. mas às vezes nos falta algo a mais para nos motivar e amenizar as cicatrizes profundas em nossos corações. Muitas vezes decidimos não falar para não deixar preocupado quem amamos, levamos a carga sozinhos.. mas aprendemos que sempre há uma luz.. talvez seja parte do tratamento espiritual.. ser paciente e ser paciente com você mesmo, se adaptando a nova pessoa que se tornou..não tenho a resposta..mas, um dia eu a encontro..)    

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